Voltar

Pouso em BH, ligo o celular e ele faz plim!

21/09/2025
Postado por: Murilo Moreno

É uma mensagem da Azul, me desejando bem-vindo. Fico positivamente surpreso. Que coisa fantástica. Eles sabem quem embarcou, controlam o horário que o avião vai pousar e mandam uma mensagem pro cliente. É apertar o ícone do Whatsapp e ler esse textinho simpático"Olá! Te desejamos boas vindas a Belo Horizonte!" Que CRM bem feito! Pra reforçar, a comissária de bordo anuncia a novidade.

Já estaria feliz. Mas tem mais! Lendo o resto, descubro que receberei um bônus de até R$ 300 pra usar em lojas e restaurantes. O Bichinho de Marketing que vive dentro de mim está pulando de alegria. Só falta agora os locais pro uso do bônus terem minha cara. Imediatamente ativo a mensagem e recebo seis ofertas.

Entre um ano grátis de Sem Parar pra quem ainda não é cliente, desconto na hashtag#Loungerie e em lavagem de sofá, fico com R$ 150 na Osklen. Pelo menos uma das ofertas tem o meu perfil. Novamente clico e sou convidado a escolher a loja pra ganhar meu brinde. "Não vai dar tempo de ir lá, você volta no domingo", avisa meu Alterego Sovina. "Aperta logo e recebe o desconto!", grita meu Bichinho. Lógico que o marketing ganha.

Aparece a mensagem final e meu Bichinho perde o interesse. Vai conversar com o Alterego sobre o gosto do chuchu ou outro assunto qualquer. Leio e releio até descobrir o que houve: "Não cumulativo com outras promoções". Releio as outras cinco mensagens e encontro pegadinha em quase todas. Ou você precisa olhar o regulamento no site, que não está lá, ou tem que fazer compra recorrente, ou compra mínima. Tudo bem... faz parte.

Mas analise comigo. Chego numa cidade, recebo um presente inesperado (que me agrada), decido ir na loja, acho, por exemplo, um tênis que combina comigo e, quando vou descontar o brinde, o vendedor me avisa que não posso usá-lo porque aquele produto ali já está com desconto. Meio desanimador, não é mesmo?

Não tem coisa pior do que essas promoções cheias de pegadinhas. Me parece que a ideia é levá-lo para uma arapuca e, depois que você está lá, arrancar seu couro. Obrigado, mas prefiro não participar.

Olho pro lado e vejo meu Alterego com um riso no canto da boca. Feliz, pois vai economizar alguns reais...

Leia também
Ler artigo
Postado por: Murilo Moreno
Andando nos corredores do Supermercado Mateus, achei estranha a gôndola onde só havia produtos de flocos de milho, os famosos corn flakes, da Nestlé.

Onde estava Sucrilhos? Mais dez passos e descobri uma outra gôndola só da marca Kellogg's. Mesmo tamanho, o que representa quase a realidade do mercado, já que as duas disputam a liderança.

Ninguém fala claramente quem é a número um. É um segmento em que o silêncio é a resposta. Mas uma coisa é clara: Sucrilhos foi líder disparada por anos e anos e conseguiu perder espaço pra fabricante suíça, que virou uma empresa de fazer lançamentos. Agora, parece que a antiga líder acordou do sono.

Creio que nunca vi tanto movimento da marca do Tigre. Num ano só já relançou seus biscoitos recheados, misturou o corn flakes tradicional com o de chocolate, numa edição limitada, botou na rua uma promoção para gamers e criou uma versão com a Ovomaltine. Isso tudo, sem contar que o Tony, o nome oficial do tigre, ganhou uma versão 3D num novo comercial, lá no início de 2025.

Talvez esses movimentos já sejam resultado das mudanças que foram feitas no final de 2023. Naquela data, a empresa se quebrou em duas. Os Isteites passaram a ser uma, separada do resto do mundo. A americana nem bem foi criada e já foi vendida para a italiana Ferrero, aquela empresa dos Kinder Ovos. A outra divisão se renomeou Kellanova e parece que partiu para o ataque. É como filho pequeno que está aprendendo a andar de bicicleta. Na hora que tira as rodinhas, balança, balança, mas aprende a se equilibrar.

Nestle não é empresa de ficar parada vendo o concorrente se movimentar. Isso significa que essa aula de marketing ao vivo ainda deve ter novas lições vindo por aí. De toda forma, é sempre interessante ver como empresas e marcas são como serem vivos.

Sucrilhos existem desde 1959, quando chegou em Terra Brasilis. Kellog's já passou dde cem anos. Pela disposição, tem muitos anos vindo por aí.

24/10/2025
Ler artigo
Postado por: Murilo Moreno
Final do expediente do dia 09 de novembro, quando os funcionários da Eletrobras sairem pelas portas da empresa, será a última vez que eles farão isso.

Dia 10, quando chegarem novamente pra trabalhar, entrarão na Axia Energia. Nenhum prédio vai mudar, nenhuma novidade será lançada, mas ainda assim, tudo será novo.

Com essa mudança, vai faltar pouco pra ser apagado, de vez, o passado das grandes estatais brasileiras. Embratel morreu. Correios está, novamente, em crise. Petrobras sobrevive, como a exceção que confirma a regra. Elas têm sido substituídas por órgão reguladores, e o Governo tem deixado o trabalho para a iniciativa privada.

A Axia é dona de 22% da geração de energia das Terras Brasilis. Ou seja, uma em cada cinco casas ou empresas tem luz devido a uma usina da empresa. Mais importante ainda, 38% da transmissão é feita pelos seus fios. O que significa que ela transporta muita energia de muitos dos seus concorrentes. Tudo é exageradamente grande, na maior empresa do setor na América Latina.

Confesso que olho pro novo nome e não consigo ter sentimento nenhum a respeito. Eletrobras vem acompanhado de centenas de conceitos e percepções, para mim. Por mais que a gente não veja a palavra estampada todos os dias na nossa frente, 63 anos de existência geram uma lembrança de marca significativa. Axia, na minha mente, é uma página em branco. Tem muito que fazer para começar a ser reconhecida.

De toda forma, entre os motivos de Rebranding, este talvez seja um dos mais válidos: querer deixar o peso de ex-estatal pra trás e passar a ser vista como uma empresa privada como outra qualquer.

Olho e meu lado racional consegue entender a mudança. Mas, no fundo, o Bichinho de Marketing que vive dentro de mim está um pouco triste. Emocionalmente, é um pouco do meu mundo que se vai...

23/10/2025
Ler artigo
Postado por: Murilo Moreno
Definitivamente, não sou rico.

E devo morrer pobre. Então, o único lugar que vou ver o novo cartão de crédito da Mastercard vai ser nas notícias e no site da empresa. O foco dela é claro: ganha mais de noventa mil reais por mês? Tá dentro... ganha menos? Entra na fila...

É o Mastercard World Legend, lançado esta semana, com pompa e circunstância. Mais interessante? Brasil é o segundo país do mundo a ganhar o mimo, depois dos Isteites.

Lendo e vendo os comentários a respeito, é um cartão "mais do mesmo", para quem não precisa de crédito. Vai oferecer experiências exclusivas, em viagens, restaurantes, hotéis e por aí vai... O sucesso vai depender da capacidade de realmente criar coisas diferentes. Já está prometendo shows minimalistas, exposições de arte exclusivíssimas, atendimento diferenciado em restaurantes Michelin e por aí vai...

Acontece que em julho a Visa tinha lançado um cartão, o Visa Infinite Privilege, em que o sarrafo é ainda mais alto. Noventa mil é trocado. Aqui o mínimo é R$ 350 mil de salário por mês. E, pra atraí-los, até helicóptero grátis de SP para Guarulhos eles estão oferecendo.

Estamos falando de pouco mais de 1% da população que pode sonhar com essas novidades. São pouco mais de dois milhões de pessoas, mas que concentram mais de 27% do dindin que circula no país. Vale a pena o esforço.

Pena que a Anitta não vai poder usá-lo, pois o Mercado Pago não vai emitir o novo Mastercard World Legend. Ponto pro Luciano Huck, já que o Itaú está entre os autorizados. Que são só sete. Fora o banco do apresentador das tarde de domingo, Banco do Brasil, BTG, C6, PicPay, são aqueles que poderão convidar seus clientes. Interessante ver que Bradesco e Santander ficaram de fora da festa. Foram substituídos por cooperativas: Sicoob e Sisprime. Deve ser onde o dinheiro está...

Agora é ficar de olho nos próximos movimentos... Será que Elo também vai lançar um super ultra master plus cartão?

 

 

22/10/2025
Desenvolvido por A9 Comunicação.